Filtro de Cabine não pode ficar de lado

Elemento filtrante retém impurezas do ambiente externo na ventilação com o habitáculo; troca periódica é fundamental para o bom funcionamento e higiene do sistema de ar condicionado
A troca dos filtros de combustível, óleo e ar do motor é corriqueira para quase toda manutenção preventiva. Porém, outro componente de filtragem muitas vezes acaba esquecido: é o filtro de cabine (também conhecido como antipólen ou de ar-condicionado), essencial para diminuir impurezas na ventilação do ar do sistema de climatização.
O filtro de cabine é responsável por reter fuligem, insetos, poeiras e demais agentes que poderiam passar do lado externo para a cabine do veículo. Alguns filtros contêm uma camada de carvão ativado que ajuda na retenção de odores. O uso do sistema de ar condicionado sem o uso do filtro (ou com o componente desgastado) vai permitir o acúmulo de materiais que favorecem a proliferação de fungos, vírus e bactérias no habitáculo, aumentando o risco de doenças respiratórias para o motorista e demais ocupantes.
“Esses materiais provocam uma contaminação do sistema cuja menor consequência é um incômodo mau cheiro: os fungos podem provocar reações alérgicas mais violentas nas pessoas mais sensíveis. Já as bactérias e os vírus, que levam a doenças no sistema respiratório, também podem se acumular em componentes mecânicos do sistema (articulações), podendo provocar travamentos e emperramentos”, descreve o professor de engenharia da FMU, Fernando Landulfo.
Em geral, recomenda-se a troca do filtro de cabine a cada 12 meses ou 10 mil quilômetros rodados. Porém, conforme explica a Mann-Filter, este intervalo pode variar de acordo com cada fabricante e com o tipo de região em que o veículo circula com maior frequência. “A vida útil do filtro de cabine depende do ambiente onde o motorista trafega. Se ele rodar sempre em vias urbanas, com alto tráfego de caminhões, ou em estradas de terra, por exemplo, o filtro chega a se desgastar em poucos meses. Para circulação em condições normais, recomendamos que a troca seja realizada uma vez ao ano ou a cada 15 mil quilômetros”, afirma o consultor técnico da Mann-Filter, André Gonçalves.
A recomendação de todos os fabricantes é nunca optar pela limpeza e, sim, pela troca por um novo componente. O professor Fernando Landulfo, que também é consultor técnico de O Mecânico e CARRO, explica que filtros de elemento de papel são componentes descartáveis e qualquer tentativa de limpeza com líquidos ou ar em alta velocidade vai provocar sua completa inutilização. “Na melhor das hipóteses, uma tentativa de limpeza vai aumentar o vão livre entre as fibras do papel. O que, a partir daí, deixará passar partículas maiores do que as previstas em projeto. Ou seja: o filtro perde toda a sua eficiência.”